INDÚSTRIA BRASILEIRA MANTÉM O FRACO DESEMPENHO

            A indústria brasileira mantém o fraco desempenho que já se mantém há vários anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o estudo Pesquisa Industrial Mensal -Produção Física (PIM-PF) com os dados da evolução do setor até abril de 2024, nesta quarta-feira dia 05 de junho. Em resumo, o que se observa é que a indústria ainda se mostra incapaz de alcançar um dinamismo e vir a ser o setor dinâmico da economia brasileira.

            A PIM-PF produz indicadores de curto prazo sobre o desempenho da indústria brasileira. Os dados divulgados são índices mensais de produção física, seguindo uma metodologia específica de pesos e anos-base. Além disso, a PIM-PF Regional produz indicadores específicos para algumas das unidades da federação.  São divulgados dados daquelas que no ano de 2019 respondiam por no mínimo 0,5% do valor da transformação industrial. Além disso, também há dados globais para a Região Nordeste.

            O desempenho da indústria no mês de abril de 2024 corrobora o fraco desempenho do setor nos últimos anos. Por exemplo, o indicador de produção física da indústria brasileira nesse mês é semelhante ao observado no mês de abril de 2021. Isto sem considerar ainda que naquele mês, o setor vinha de uma sequência de quedas. Dessa forma, o setor industrial não produz resultados mais favoráveis ou animadores para a economia, como o aquecimento do mercado de trabalho e aumento do rendimento médio.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

O DESEMPENHO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA

            A inexistência de uma política industrial efetiva contribui para o fraco desempenho da indústria brasileira. Em abril de 2024, o produto industrial do país recuou 0,5% comparativamente ao mês imediatamente anterior, considerando um ajuste sazonal. Houve um retrocesso de -3,4% no conjunto da Indústria Extrativa. Por sua vez, a Indústria de Transformação como um todo aumentou seu produto físico como um todo em 0,3%. A produção física da indústria em abril voltou a retroceder, depois de dois meses de crescimento, março (0,9%) e fevereiro (0,1%).

            Em abril de 2024, dentre as quatro categorias econômicas, apenas o segmento de bens intermediários atravessou baixa do produto industrial a partir de março. Esta categoria foi decisiva para o desempenho da Indústria Geral, uma vez as outras três categorias presenciaram crescimento do produto físico: Bens de Capital (+3,5%), Bens de Consumo Duráveis (+5,6%), e Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis (+0,1%).

            Dentro da Indústria de Transformação, apenas seis ramos industriais apresentaram desempenho negativo em abril. Outros dezoito ramos apresentaram resultado positivo. Puxaram para baixo o desempenho da indústria de transformação, o resultado verificado na fabricação de produtos alimentícios; na fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis; fabricação de bebidas; fabricação de produtos têxteis; fabricação de produtos de borracha e de material plástico; e fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

            Os ramos industriais que tiveram melhor desempenho em abril de 2024 foram: fabricação de produtos diversos; fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; impressão e reprodução de gravações; fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

 

DIFICULDADES DA INDÚSTRIA BRASILEIRA

            As dificuldades da indústria brasileira se arrastam há vários anos. O ápice do produto industrial do país foi em 2013. Desde então, o PIB da indústria, calculado como índice, não conseguiu retomar ainda o patamar alcançado naquele ano. No ano de 2023, ele teria ficado em torno de 92,67% do valor observado no ano de maior patamar atingido.

            O fraco desempenho na indústria brasileira, prejudica a economia do país como um todo. O setor que teve papel determinante em períodos de crescimento acelerado de nossa História Econômica permanece marcado por fraco desempenho, baixo índice tecnológico, e perda de competitividade internacional. Com isso, a participação da indústria no PIB também tem se reduzido ao longo dos anos, e favorecendo o processo de inchamento do setor terciário.

            O Brasil precisa de uma política industrial efetiva, para que voltemos a atingir um crescimento industrial robusto. Em resumo, somente com apoio econômico-financeiro, tecnológico, e ainda de uma política comercial efetiva, a indústria brasileira poderá retornar a ser o motor do crescimento nacional.

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