PRODUÇÃO DE FEIJÃO NO BRASIL APRESENTA GRANDE DISPARIDADES ENTRE AS REGIÕES PRODUTORA

            A produção de feijão no Brasil apresenta grandes disparidades entre as regiões produtoras. O produto está presente na alimentação diária de milhões brasileiros, e é produzido das mais diversas formas entre os produtores domésticos. Em resumo, o grão é cultivado desde em culturas de subsistência, como por produtores altamente tecnificados.

            A expectativa é de que a produção de feijão no Brasil atinja 3,3 milhões de toneladas, na safra 2023/2024, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A se confirmar esse desempenho, ele representaria um incremento de 9,51% em relação à safra do biênio anterior.

            Por sua vez, o consumo per capita de feijão no Brasil estaria em torno de 12,7 kg ao ano, segundo dados da Embrapa Arroz e Feijão. Dessa forma, o consumo país giraria em torno de 2,57 milhões de toneladas de feijão. Assim, a oferta interna tenderia a suprir com alguma folga o consumo doméstico. O comércio exterior de feijões brasileiro tende a ser relativamente pequeno, segundo os dados da plataforma Comex Stat. A saber, as exportações giram em torno US$ 88,7 milhões, enquanto as importações ficariam em torno de US$ 51,8 milhões.

            As diferentes regiões do Brasil possuem um padrão diferente com relação ao tipo de feijão consumido. A variedade preferida em cada unidade da federação costuma ter a preferencia dos produtores locais. As lavouras de feijão brasileiras estão bem melhor distribuídas do que as lavouras de arroz, outro produto fundamental de nossas famílias.

Produção de Feijão
Produção de Feijão. Fonte: Criada por Inteligência Artificial (Leonardo AI)

PRODUÇÃO DE FEIJÃO NO BRASIL

            A principal produtora de feijão dentre as Grandes Regiões do Brasil é a Região Sul. De fato, a produção naquela região atingiu no ano de 2023 o total de 904 mil toneladas, o que representou 29,78% da produção nacional. O destaque nessa região é a produção do estado do Paraná. A saber, este isoladamente produz 23,97% do feijão do país, e corresponde ao maior produtor nacional isoladamente.

            Outras três regiões brasileiras possuem participação importante na safra de feijão nacional. Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste responderam por respectivamente 24,75%, 21,45% e 21,35% da produção brasileira. O segundo maior produtor de feijão entre as unidades da federação do país é Minas Gerais. Os agricultores mineiros colheram na safra 2022/2023 um total de 553,1 mil toneladas, o que corresponde a 18,21% do total do país.

            O terceiro maior produtor de feijão entre os estados Brasileiros é Mato Grosso. A saber, a safra mato-grossense atingiu 307,1 mil toneladas, o que representou 10,11% do total produzido no país. Dentre os três maiores produtores brasileiros, Mato Grosso foi o que apresentou maior incremento da produção entre as safras 2000/2001 e 20/2023. Em suma, o incremento da produção nesse estado foi de 881,78% no período considerado. Enquanto isso, Paraná e Minas Gerais presenciaram incremento em sua produção de 55,32% e 31,07%. Para efeito comparativo, o crescimento da produção nacional no período foi de 17,14%.

 

DISPARIDADES NA PRODUÇÃO BRASILEIRA

            As técnicas produtivas na produção de feijão apresentam níveis bastantes distintos entre os produtores brasileiros. Com efeito, abastecem o mercado tanto grandes produtores comerciais, como produtores de subsistência, que comercializam seus excedentes. Em função disso, a produção de feijão no Brasil apresenta grandes disparidades entre as regiões produtoras.

            O principal indicador da variabilidade entre os produtores brasileiros de feijão é o rendimento médio da cultura. A princípio, há discrepâncias muitos grandes de produtividade de feijão entra as regiões produtoras. A saber, esta é tradicionalmente muito baixa no Nordeste e do país. Para exemplificar, a produtividade naquela região, na safra 2022/2023, ficou em torno de 41% da média nacional.

            As condições edafo-climáticas e o quadro de restrição hídrica no Nordeste são determinantes da baixa produtividade da produção de feijão no Nordeste. Além disso, as técnicas de produção na maioria das vezes chegam a ser rudimentares. A princípio, muitos produtores locais produzem para própria subsistência. A agricultura nordestina vem atravessando significativo processo de reorganização no espaço regional.

            Os menores índices de produtividade, na safra 2022/2023 foram observados no Ceará e Piauí, aonde essa chegou respectivamente a 178 kg/ha e 395 kg por hectare. A produtividade da lavoura de feijão no Ceará ficou em torno de 15,85% da média nacional. Além disso, a cultura na agricultura cearense atingiu apenas 6,53% da produtividade no local com melhor desempenho, que foi o Distrito Federal.

            Além do Distrito Federal, a produção em Goiás e São Paulo atingiu os melhores índices de produtividade da lavoura de feijão no Brasil. Nessas três unidades da federação, o rendimento médio da cultura ficou acima de 2.500 kg por hectare. No Paraná e Minas Gerais, maiores produtores nacionais de feijão, a produtividade da cultura na safra 2022/2023 atingiu um patamar intermediário, ficando em torno de 1.700 kg por hectare.

 

 

 

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