As Eleições Européias mostraram o avanço dos Partidos de Direita entre a preferência dos eleitores do Velho Continente. Os cidadãos dos 27 Estados Membros da União Europeia votaram entre os dias 6 e 9 de junho para eleger os membros do Parlamento Europeu. Em torno de 350 milhões de eleitores estavam aptos a votar no pleito. Os novos eurodeputados assumem suas funções a partir de 16 de julho de 2024.
Os cidadãos da União Européia elegem Deputados para os representarem no Parlamento Europeu a cada 5 anos. O Parlamento Europeu discute, elabora e aprova novas Leis da União Européia como um todo. Um Orçamento de 189 bilhões de euros está sobre controle do Parlamento Europeu. O órgão também decide sobre os acordos comerciais da União Européia.
RESULTADO DAS ELEIÇÕES
O resultado das Eleições para o Parlamento Europeu indica um aumento da participação dos Deputados de Direita. Todavia, a denominação que conquistou mais votos foi o Partido Popular Europeu (PPE), siga de centro-direita que elegeu 181 Deputados, ampliando em 5 assentos a sua participação no Parlamento.
As Eleições Europeias mostraram o avanço de partidos de orientação política à extrema-direita em diversos países. Dessa forma, os ganhos ainda que menores do que os inicialmente esperados foram comemorados por todo o Velho Continente.
O avanço mais contundente da extrema-direita se deu na França, uma das principais potências da União Européia, principalmente após a saída do Reino Unido. Os franceses que participaram das Eleições para o Parlamento Europeu destinaram 31,5% dos votos para o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional. A saber, esse grupamento é controlado por Marine Le Penn, e teve quase o duas vezes a porcentagem de votos do atual Presidente Francês, Emmanuel Macron.
Os resultados na França fizeram com que o Presidente Francês dissolvesse a própria Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas no país. Na França, as Eleições deverão ocorrer em 30 de junho (primeiro turno) e em 7 de julho, quando se fizer necessário o segundo turno.
Na Alemanha, o partido de extrema-direita alemão, Alternativa para a Alemanha (AfD), foi o segundo colocado na preferência dos eleitores. O Partido Democrata Cristão (CDU) deve obter cerca de 30% dos votos e ficar em primeiro colocado. O partido do primeiro Ministro Olaf Scholz apresentou um fraco desempenho, e deve ficar em terceiro lugar.
Na Itália, o grupo liderado pela primeira-Ministra Giorgia Meloni, Irmãos da Itália, que também é de extrema-direita deverá liderar as eleições parlamentares europeias naquele país. Os avanços da extrema-direita foram observados em diversos outros países.
O SIGNIFICADO DO AVANÇO DA EXTREMA DIREITA NA EUROPA
Apesar dos avanços da extrema-direita europeia, o controle do Parlamento Europeu deve permanecer com as denominações mais ao Centro. A denominação de centro-direita Partido Popular Europeu foi a mais votada, além de ter ampliado sua participação em cinco eurodeputados. A Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), partido de centro-esquerda se manteve como a segunda força no legislativo do Velho Continente.
A insatisfação do eleitorado europeu com as dificuldades e os problemas da Europa justificam essa guinada à direita nas Eleições para o Parlamento Europeu. Os países do continente enfrentam dificuldades econômicas, resultado de baixo crescimento do PIB, desemprego, endividamento dos países, pressões inflacionárias e aumento da taxa de juros. Além disso, os países europeus enfrentam transtornos relacionados à Guerra na Ucrânia e à suspensão das vendas de petróleo e gás russo, que representou um significativo Choque de Oferta.
A questão migratória é outro problema que estimula o eleitorado europeu a uma guinada para e extrema-direita. O grande fluxo de refugiados de outros continentes para Europa gera pressões e conflitos pelos recursos disponíveis. O sentimento nacionalista europeu tende a apontar o imigrante como responsável pelos problemas dos países, o que termina por gerar manifestações xenófobas.
O avanço dos Partidos de Extrema Direita na Europa pode gerar preocupações em diversos sentidos. Até mesmo, porque o nacionalismo de cada país individualmente tende a enfraquecer o Bloco Europeu. Por exemplo, o recente caso do Brexit, com a saída do Reino Unido a União Européia, representou perda extremamente importante para esta organização. A mudança também pode ter impacto nas relações da Europa com diversos outros países. Além disso, afeta a percepção dos governantes sobre o processo de mudança climática que pode estar causando tragédias climáticas no planeta como um todo.
