O rebanho bovino do Pará deve se consolidar como segundo maior entre os estados brasileiros. O número de cabeças de gado em terras paraenses chegou a 24,79 de milhões unidades, representando 10,58% do rebanho brasileiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pecuária brasileira tem ganhado destaque internacional não apenas em função do aumento do rebanho, mas também em função do aumento da produtividade, da adoção de normas internacionais de sanidade e segurança alimentar, aumento da produtividade e uso de tecnologia.
O rebanho de gado paraense era o quinto maior do Brasil em 2000. No ano de 2019, o Pará superou Mato Grosso do Sul. Logo em seguida, no ano de 2020, iria superar Minas Gerais. Por último, o rebanho paraense superou os do estado de Goiás, ficando em segundo lugar desde então.
O número de cabeças de gado na pecuária paraense era de cerca de 10,27 milhões no ano 2000. Desde então, esse número cresceu a uma taxa anual de 4,09% ao ano. Enquanto isso, o rebanho bovino brasileiro apresentou uma taxa de crescimento foi de 1,47% ao ano.
Não obstante, o grande crescimento em termos quantitativos, a pecuária paraense ainda possui grande número de produtores utilizando um sistema de produção tradicional, marcado pelo baixo emprego de tecnologia avançada, menor produtividade e reduzida rentabilidade. Haveria grande espaço para o aumento da própria produção local, utilizando menos insumos, inclusive reduzindo a pressão para a abertura de novas áreas de pastagens, a partir da modernização das fazendas de pecuária de corte no estado do Pará.
DISTRIBUIÇÃO DO REBANHO BOVINO DO PARÁ
A maior concentração do rebanho bovino está na região do Sudeste Paraense. Sozinha essa mesorregião possui um rebanho de 16,2 milhões de animais, representando 65,71% do total do Pará. Se fosse uma unidade da federação isolada, teria o quinto rebanho bovino nacional
A evolução do número de animais desde o ano 2000 mostra um substancial aumento. Com efeito, o Sudeste Paraense adicionou a seu plantel 9,29 milhões de animais, crescendo cerca de 133% no período.
Oito municípios paraenses integram a lista dos 20 maiores rebanhos bovinos do Brasil isoladamente. O grande destaque é São Félix do Xingu, onde o número de animais supera 2,5 milhões de cabeças. Outros dois municípios do Sudeste Paraense possuem respectivamente o quarto e quinto maiores rebanhos isoladamente no Brasil. Novo Repartimento e Marabá possuem rebanhos em torno de 1,3 milhões de animais.
O Sudoeste Paraense abriga aproximadamente um quinto do rebanho do estado. Nessa mesorregião, seriam criados 4,95 milhões de animais. O grande destaque é o município de Altamira, com rebanho sozinho em torno de 1 milhão de habitantes.
O Nordeste Paraense e o Baixo Amazonas também possuem rebanhos bovinos expressivos. Nas duas regiões, o número de animais chega, respectivamente, a 1,6 e 1,5 milhões de cabeças.
Criação de gado em Fazenda no Pará.
PARÁ NÃO DEVE SUPERAR O MATO GROSSO
Apesar do grande crescimento do rebanho local, o estado do Pará não deverá superar o número de animais do estado de Mato Grosso, que deverá continuar a possuir o maior rebanho. O rebanho do estado do Centro-Oeste brasileiro é superior a 34 milhões de cabeças, distante do contingente paraense.
Assim como o que ocorreu na pecuária paraense, o ritmo de crescimento da pecuária mato-grossense também foi expressivo nos últimos 22 anos. Além disso, apesar do maior dinamismo dos números no Pará, essa diferença foi reduzida nos últimos anos do período considerado.
Mantidas as taxas de crescimento do rebanho de Mato Grosso e Pará, entre 2000 e 2022, o rebando bovino paraense somente se tornaria o maior do país por volta de 2047. Isto porquê, nos últimos anos, a taxa de crescimento do número de bovinos se reduziu em ambos.
A recente crise atravessada pela pecuária nacional, marcada por braços preços oferecidos ao produtor, tem papel de grande importância para isso. O quadro desfavorável desestimula produtores rurais, que passam a reduzir plantéis, com o incremento do abate de fêmeas e consequente redução dos nascimentos.