O Brasil possui 29,68% da sua população em situação de insegurança alimentar. Um número em torno de 64 milhões de brasileiros ainda não teriam acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Os dados são referentes ao ano de 2023 e aparecem na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 24 de maio de 2024.
O problema da segurança alimentar no Brasil é tradicionalmente mais grave nas regiões Nordeste e Norte do país, onde aparecem os piores indicadores sobre o tema. Os melhores indicadores sobre segurança alimentar no país aparecem na Região Sul. O desafio de combate a fome e a pobreza são temas frequentes de discussão. Além disso, devem ser tratados com grande atenção por parte das autoridades públicas.
Os piores indicadores de insegurança alimentar foram encontrados em Sergipe (50,61%) e no Pará (50,27%), onde o problema atingiu mais da metade do total da população. Em seguida, aparecem Amazonas, Maranhão e Piauí. Por outro lado, os três estados da Região Sul foram os com melhor situação, sendo os menores índices de insegurança alimentar encontrados em Santa Cataria, Paraná e Rio Grande do Sul.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social.
REGIÃO NORDESTE
A Região Nordeste possuía em 2023 um total de 23,7 milhões de indivíduos em situação de insegurança alimentar. Esse é o maior número de pessoas nessa situação entre todas as regiões brasileiras, e representa 40,75% da população Nordestina. A região também é aquela que apresenta maior número de pessoas em situação de insuficiência alimentar grave.
A situação de insegurança alimentar grave aparece quando ocorre uma redução quantitativa de alimentos entre adultos e crianças, com ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, com fome passando a ser uma experiência vivida no domicílio.
Bahia e Pernambuco são os estados da Região Nordeste que apresentam o maior número de indivíduos em situação de insegurança alimentar. Um total de 6,3 e 3,8 milhões de pessoas estaria nessa situação, respectivamente em cada um deles. Em termos proporcionais, no entanto, a situação seria pior em Sergipe, que foi o estado com maior proporção de pessoas afetadas pela insegurança alimentar, como já mencionado. Maranhão e Piauí. O estado nordestino em melhor situação de segurança alimentar é o Rio Grande do Norte, ainda que o problema atinja cerca de 35% da população local.
REGIÃO NORTE
A porcentagem de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar no Norte do Brasil é ainda maior do que no Nordeste. Em resumo, 43,10 % dos nortistas não possuem acesso regular e permanente a alimentos. Ainda que os números absolutos de pessoas em situação de fome na Região Norte sejam menores, em termos relativos o problema lá é ainda mais grave.
Os principais responsáveis pelo grave problema de fome no Norte são justamente os dois maiores e mais populosos estados. A população do Pará e Amazonas sofre com índices alarmantes de insegurança alimentar.
O Pará é o quarto estado com maior número absoluto de indivíduos em insegurança alimentar e o segundo em termos relativos. Parte da população paraense formaria ainda o segundo maior contingente (número absoluto) de pessoas vivendo em situação de segurança alimentar grave. O Pará está atrás apenas de São Paulo, estado que possui esse contingente por ter a maior população do país.
No Amazonas, a situação da insegurança alimentar é tão grave quando a do Pará. Uma parcela de 47,29% dos amazonenses estaria em situação de insegurança alimentar, índice melhor apenas do que os sergipano e paraense. Por outro lado, considerando a porcentagem de pessoas vivendo em segurança alimentar grave, o Estado da Região Norte é o que possui o pior indicador no Brasil.
REGIÃO SUDESTE
O problema da insegurança alimentar também é importante na Região Sudeste, uma vez que 22,3 milhões de indivíduos teriam sido afetados por ele em 2023. Esse contingente é apenas um pouco menor que o número da Região Nordeste.
Um expressinho contingente de indivíduos em insegurança alimentar é encontrado em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ainda que, os índices percentuais do Sudeste sejam melhores, a situação ainda demanda atenção dos agentes públicos e privados de forma a enfrentar e corrigir a situação.
REGIÃO CENTRO-OESTE
A Região Centro-Oeste é a que apresenta o menor contingente de população vivendo em situação de insegurança alimentar. Todavia, o problema ainda afeta 4,3 milhões de indivíduos.
Mato Grosso detinha a maior proporção de indivíduos em situação de insegurança alimentar não apenas no Centro-Oeste, como também fora do Norte e Nordeste do Brasil. Goiás é o estado da região com maior problema em termos absolutos. No Distrito Federal, a situação também não seria tão confortável.
REGIÃO SUL
A Região Sul do Brasil é a que apresenta a melhor situação em termos população em situação de insegurança alimentar. Apenas 17,72% dos sulistas possuiriam algum grau de insegurança alimentar. A grande maioria desses casos é insegurança alimentar leve ou moderada. Apenas, 1,82% das pessoas na Região Sul enfrentam uma insegurança alimentar grave.
A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul desde o final de abril desse ano deverá pressionar a situação de segurança alimentar naquele Estado. Ainda que a população gaúcha receba auxílios de diversas fontes, os estragos e prejuízos causados pela chuva foram enormes. É preciso muito trabalho e apoio para a população local, para que os impactos negativos sobre a segurança alimentar sejam minorados.
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