O Banco Central manteve a taxa de juros em 10,5% ao ano. A decisão é da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), que ocorreu na última quarta-feira (19/06) para definir diretrizes a respeito da taxa de juros. O resultado dessa reunião foi que o de que o Banco Central do Brasil (BACEN) mantém a Taxa Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 10,5% ao ano.
A manutenção da taxa de juros do país no mesmo patamar representou uma interrupção da tendência de queda nos juros que vigorava desde agosto de 2023. O resultado foi consensual entre todos os integrantes do Comitê.

Um cenário externo desfavorável e preocupante seria umas das justificativas do COPOM para manutenção da taxa de juros. Além disso, no cenário doméstico pressões inflacionárias ameaçariam a estabilidade econômica do país. A preocupação com a evolução recente da política fiscal também foi decisiva para a manutenção da Selic.
DECISÃO DO COPOM ACALMA MERCADOS
Uma vez que o Banco Central manteve a taxa de juros em 10.5% ao ano, diminui o cenário conturbado no mercado. O ambiente da reunião havia sido conturbado pelo enfrentamento do Presidente da República e do Presidente do Banco Central. O Presidente Lula chegou a tecer duras críticas ao Presidente do BACEN Roberto Campos Neto.
Uma certa preocupação quanto a como se comportariam os novos Diretores do BACEN, indicados pelo governo, subsistia no mercado. O fato da decisão do COPOM ter sido unânime foi muito bem-vista pelos players do mercado. Essa decisão serve para a manutenção da confiança no Comitê e do seu comprometimento com o combate à inflação.
CENÁRIO INTERNACIONAL E PRESSÕES INFLACIONÁRIAS JUSTIFICARIAM A DECISÃO DO COPOM
A manutenção da taxa de juros nos EUA e a incerteza sobre possíveis quedas desta contribuíram para que o COPOM interrompesse a trajetória de queda da Selic. Com a taxa americana elevada, se reduz a margem para redução dos juros no Brasil. Isto porque, sem o diferencial de juros se cria um estímulo para saída de capitais do mercado nacional em direção à economia americana e outras economias mais desenvolvidas.
A preocupação quanto à desvalorização do Real frente ao Dólar também estaria no centro das preocupações do COPOM na sua tomada de decisões. A propensão para a desvalorização cambial cria pressões inflacionários no mercado doméstico, uma vez que muitos preços de produtos estão atrelados à moeda americana. A taxa de câmbio mais elevada também favorece remarcação de preços por estimular as exportações brasileiras.
As pressões inflacionárias na economia brasileira aparecem em diferentes indicadores. Algumas das pesquisas mais recentes mostram o aquecimento da economia brasileira e o aumento das pressões inflacionárias.
Parte das pressões inflacionárias no Brasil resultariam da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Inclusive porque aquele estado estaria convivendo com as maiores taxas de inflação mensais. O impacto do problema gaúcho não seria a única explicação para o ressurgimento da inflação.
MANUTENÇÃO DA TAXA DE JUROS FRUSTRA ALGUNS AGENTES ECONÔMICOS
O Brasil mantém a segunda maior taxa de juros real do mundo com a decisão do Banco Central que mantém a Selic. Somente a Rússia, país que está em Guerra com a Ucrânia e sofre diversas sanções econômicas.
Alguns setores produtivos defendem que a manutenção de taxas de juros elevadas prejudica o desempenho de suas atividades e da economia brasileira. Apesar de alguns sinais de aquecimento, o Brasil estaria longe de apresentar uma trajetória de crescimento robusta.
O desemprego no país mostrou alguns sinais de queda. No entanto, ainda existiriam problemas econômicos bastante graves, inclusive de fome e pobreza em diversas regiões do país. De certo, um crescimento econômico mais pujante poderia contribuir para a solução desses problemas. Dada a posição do Copom, o governo federal poderia trabalhar outras alternativas para melhorar os fundamentos macroeconômicos do país.
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