CULTURA DA SOJA SE EXPANDE NO PARÁ

            A cultura da soja se expande no Pará de forma significativa. A produção da oleaginosa ganhou dinamismo e passou a crescer de forma extraordinária a partir dos anos 2010. Na safra de 2024, a área plantada com soja no estado deverá atingir 1,15 milhões de hectares. Com isso, a expectativa é de que a produção local alcance cerca de 4,15 milhões de toneladas.

            A última previsão para a produção da agricultura paraense foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a publicação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Esse documento publicado na última quinta-feira (13 de junho) mostra a previsão da safra do Brasil, com dados atualizados para o mês de maio.

            A consolidação da soja no Pará abre a possibilidade para que o estado venha a se tornar um grande produtor nacional. A saber, em 2023, a produção de soja no Pará representou 2,08% da produção do país. Para a safra de 2024, é prevista uma participação ainda maior.

 

PRODUÇÃO DE SOJA NO PARÁ

            A produção de soja teria começado por volta de 1997, quando as primeiras lavouras chegaram à região de Paragominas e também de Santarém, em menor quantidade. No ano seguinte, a soja entrava em Conceição do Araguaia. A partir daí, a cultura foi crescendo, principalmente nas regiões pioneiras, que se consolidaram como principais polos de produção da oleaginosa.

            A produção de soja no Pará deverá atingir 4,15 milhões de toneladas já na safra de 2024. Em 2010, a agricultura paraense produziu apenas 243 mil toneladas de soja. Dessa forma, a produção local da oleaginosa cresceu, portanto, cerca de 1.603% no período considerado. A saber, no mesmo intervalo, a produção brasileira aumentou em cerca de 113,36%.

            A produtividade da soja no Pará é próxima da média nacional, com uma certa tendência a superar esta. Na safra de 2024, o rendimento médio das lavouras da oleaginosa no estado deve ficar cerca de 12,26% maior do que o observado no Brasil. Isto porque deverá haver queda de produtividade das lavouras em importantes estados produtores, o que não se observou no Pará.

            O potencial de crescimento da soja no Pará é enorme, tendo em vista a magnitude do território paraense. As lavouras estão geograficamente concentradas em três núcleos de produção. O escoamento da soja local é facilitado pela proximidade dos portos de Vila do Conde (PA), Miritituba (PA) e Itaqui (MA). A tendência é que o Pará se torne um dos principais produtores brasileiros da oleaginosa nos próximos anos.

Porto de Vila do Conde em Barcarena (PA)
Porto de Vila do Conde em Barcarena (PA). Fonte: Companhia Docas do Pará

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE SOJA NO PARÁ

            A produção de soja no Pará está concentrada em três núcleos de produção: Paragominas, no nordeste do estado, Santana do Araguaia e Santa Maria das Barreiras, no extremo sudeste do Pará; e em Santarém, na região oeste. A microrregião de Paragominas é o principal polo de produção de soja no Pará.

            A microrregião de Paragominas, no Nordeste do Pará, concentra em torno de 52,5% da produção de soja do estado. Os municípios de Paragominas, Dom Eliseu, Ulianópolis e Rondon do Pará se destacam na produção da oleaginosa.

            O segundo principal núcleo de produção de soja da agricultura paraense está no extremo sudeste do estado. Os municípios de Santana do Araguaia e Santa Maria das Barreiras são os destaques naquela sub-região. A proximidade com o Nordeste do Mato Grosso, importante região produtora, estimula a expansão da soja naquela parte do território paraense.

            O terceiro polo de produção da soja do Pará fica no Oeste de Estado, onde se destacam os municípios de Santarém e Belterra. A dinâmica da produção naquela parte do estado tende a ser diferente das outras duas. Inclusive, a região tem outra forma de escoação da produção e se relaciona com outros agentes produtivos.

 

CONDIÇÕES CLIMÁTICA NÃO AFETARAM A PRODUÇÃO DA SAFRA DE 2024 NO PARÁ

            Ao contrário do que ocorreu em outros estados que são grandes produtores de soja no Brasil, as condições climáticas para a safra paraense do ano de 2024 não foram desfavoráveis. Enquanto nos estados do Centro-Sul do País, a expectativa é de queda acentuada do rendimento médio e da produção na lavoura de soja, no Pará deverá haver incremento tanto da quantidade produzida, quanto da produtividade da oleaginosa.

            Somente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, deverá ocorrer uma queda na produção de soja em torno de 12,2 milhões de toneladas. Enquanto isso, a produção paraense deve sofrer incremento de 1 milhão de toneladas, e atingir rendimento médio superior ao da médio nacional.

            O bom desempenho da produção de soja no Pará na safra de 2024 deve estimular ainda mais a expansão das lavouras do estado. Com isso, é de se esperar que a atividade se expanda. Dada a sua grande dimensão territorial, a produção da oleaginosa pode ainda crescer bastante e produzir impactos bastantes favoráveis para a economia local a medida que a cultura da soja se expande.

 

 

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