O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), com os dados atualizados para o mês de maio de 2024, mostrando a previsão da safra do Brasil. Os dados indicam uma queda expressiva na produção de milho e soja, as duas culturas mais importantes da agricultura brasileira.
A produção de milho brasileira deverá cair cerca de 12,66% na safra de 2024, de acordo com as informações da LSPA. Dessa forma, o país deverá produzir em torno de 114,47 milhões de toneladas. A produção de soja, principal produto da agricultura brasileira, também deverá ser menor em 2024. A saber, o Brasil deverá colher uma safra da oleaginosa de 146,70 milhões de toneladas, o que representaria uma queda de 3,46% em relação à safra de 2023.
A tendência observada para a produção de milho e soja não é generalizada na agricultura brasileira. Dentre as oito principais culturas do país, apenas a cana-de-açúcar deverá presenciar uma pequena redução na sua quantidade produzida. As outras cinco culturas observadas devem mostrar aumento da quantidade produzida.
A QUEDA EXPRESSIVA NA PRODUÇÃO DE MILHO
A produção de milho do Brasil na safra de 2024 deverá atingir 114,47 milhões de toneladas. De fato, esse número é 12,66% menor do que a safra recorde alcançada no ano de 2023, quando a produção no país ficou em torno de 131 milhões de toneladas. No entanto, o total da produção do grão em 2024 deverá ficar acima da produção verificada em 2022, que se aproximou de 110 milhões de toneladas.
A menor produção do grão é resultado da queda tanto da área plantada em comparação com a safra anterior, como da redução do rendimento médio da cultura do Brasil. No que diz respeito à evolução de sua área, as lavouras de milho para a safra de 2024 encolheram em 1,03 milhões de hectares, queda de 4,68% em comparação com o ano anterior.
O rendimento médio da produção de milho também deverá cair comparativamente com o ano anterior. De acordo com o último LSPA, a produtividade das lavouras brasileiras que foi de 5.930 kg/ha em 20223 deverá passar para 5.433 kg/ha na safra atual.
CENTRO-OESTE DEVERÁ PRESENCIAR QUEDA EXPRESSIVA DA PRODUÇÃO DE MILHO
A queda na produção de milho ocorreu em todas as regiões brasileiras, à exceção da Região Norte. Nessa última, o resultado positivo foi alcançado principalmente pelo crescimento da produção no estado do Pará, mas também no Tocantins.
No Centro-Oeste, região que foi responsável por cerca de 60% da produção de milho brasileira na safra de 2023, observamos a redução mais significativa do volume produzido. Em resumo, a quantidade produzida do grão naquela região deverá sofrer queda de 12,25 milhões de toneladas.
Em Mato Grosso, principal produtor nacional, a previsão é de uma redução na safra de milho de 7,61 milhões de toneladas. De fato, isso representaria uma produção 15,07% menor do que no ano anterior. Por sua vez, no estado de Mato Grosso do Sul, outro importante produtor, a redução da produção de milho de 2023 para 2024 deverá chegar a 27,85%.

REDUÇÃO NA PRODUÇÃO DE SOJA ESTÁ LIGADA À DIMINUIÇÃO DA PRODUTIVIDADE DAS LAVOURAS
A produção de soja na safra de 2024 também deverá apresentar queda em comparação com a safra de 2023. No ano atual, o Brasil deverá produzir 146,70 milhões de toneladas. Esse valor é 3,46% inferior à produção do ano anterior, que ficou em 151,96 milhões de toneladas. A produção da oleaginosa em 2023 também representou um recorde histórico para a produção brasileira.
A trajetória de crescimento da área plantada no Brasil manteve-se na safra de 2024. As lavouras do país deverão ocupar 45,66 milhões de hectares, frentes aos 44,21 milhões de hectares do ano anterior. A queda na produção da oleaginosa seria resultado da menor produtividade das lavouras brasileiras.
A se confirmarem as previsões, o rendimento médio obtido com a cultura da soja no Brasil deverá cair 6,51% na safra de 2024, em comparação com a safra de 2023. Essa queda resulta de um quadro climático menos favorável para a produção agrícola em muitas regiões produtoras no ano atual. Os fenômenos climáticos além de prejudicar a produção agrícola estariam provocando tragédias no planeta.
A queda da produção de soja no Brasil resulta do comportamento da produção nos estados na Região Centro-Oeste e Sudeste. Além disso, haverá quebra importante da produção no Paraná. A expressiva redução da produção nesse estado (-3,94 milhões de toneladas) em termos regionais, deverá ser compensada pelo bom desempenho da lavoura no Rio Grande do Sul. Essa última, na verdade, havia enfrentado significativa queda na produção na safra de 2023, resultado de queda da produtividade, por conta de condições climáticas adversas.
REGIÃO CENTRO-SUL CONCENTRA A REDUÇÃO NA PRODUÇÃO DE SOJA
Na safra de 2024, a redução da produção brasileira de soja está ligada ao menor rendimento médio da cultura, se comparado à safra de 2023. A expectativa de queda de produtividade deverá atingir as lavouras de todas as regiões, à exceção da Região Sul, que se beneficiou com a recuperação da lavoura gaúcha. Em termos estaduais, houve queda da produtividade da soja em praticamente todos principais estados produtores.
A produção de soja no Centro-Oeste do Brasil deverá encolher em 8,83 milhões de toneladas. Somente no Mato Grosso, principal estado produtor, a previsão é de que a quantidade produzida com a oleaginosa diminua em 5,36 milhões de toneladas. Outros estados do Centro-Sul do Brasil deverão presenciar reduções significativas na produção do grão. As principais quedas, além da verificada na agricultura mato-grossense, devem ocorrer no Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e São Paulo.
Na safra de 2024, haverá crescimento extraordinário na produção de soja apenas no Rio Grande do Sul. Além disso, apenas no Pará e no Piauí, a safra da oleaginosa aumentará de forma significativa. No estado Nordestino, a produção agrícola vem ganhando destaque nos últimos anos.
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