A Região Norte é a que possui a pior situação de insegurança alimentar do Brasil. No país como um todo, a porcentagem de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar chega a 29,68%. No Norte esse índice seria de 43,10% da população local. As informações são referentes ao ano de 2023 e aparecem na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do IBGE.
No total, cerca de 64 milhões de brasileiros não possuem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Esta é a definição de segurança alimentar.
O Brasil possui ainda cerca de 8,6 milhões de pessoas, ou 4,01% de sua população em situação de insegurança alimentar grave. Na Região Norte, essa proporção atinge 8,5% dos habitantes.
A situação de insegurança alimentar grave aparece quando ocorre uma redução quantitativa de alimentos entre adultos e crianças, com ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores. A fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.
O problema da segurança alimentar no Brasil é tradicionalmente tido como mais grave na Região Nordeste e na periferia dos grandes centros urbanos. O desafio de combate a fome e a pobreza são temas frequentes de discussão. Além disso, devem ser tratados com grande atenção por parte das autoridades públicas.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social.
INSEGURANÇA ALIMENTAR NO NORTE DO BRASIL
O número de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar no Norte do Brasil chega a 8,22 milhões de pessoas, o que representa 43,1% da população da região. A insegurança alimentar leve atingiria 4,9 milhões de Nortistas. Outros 1,7 milhões estariam em insegurança alimentar moderada. Por último e mais grave, teríamos 1,62 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave.
A gravidade da fome e pobreza, no entanto, não se distribui de maneira uniforme entre os Estados da Região. Os principais responsáveis pelo grave problema os dois maiores e mais populosos estados, de tal forma que a população do Pará e Amazonas sofre com índices alarmantes de insegurança alimentar.
O Pará, sozinho, possuía em 2023 um total de 4,49 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar. Esse número correspondia a cerca de 50,27% da população paraense. Como resultado, o estado abriga 54,58% das pessoas vivendo em insegurança alimentar na Região Norte.
Mesmo com a nona maior população dente os estados brasileiros, o Pará abriga o quarto maior contingente de indivíduos em insegurança alimentar. Em termos relativos, o problema apenas não é maior do que em Sergipe.
Se considerar a população que vive em insegurança alimentar grave, o quadro do Pará consegue estar ainda pior. Na população paraense, estaria o segundo maior contingente (número absoluto) de pessoas que vive em situação de insegurança alimentar grave. São Paulo tem o único número de indivíduos maior, isto porque também é o estado mais populoso do país.
O Pará possui cerca de 912 mil pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar grave. Em termos relativos, esse número representa cerca de 10,21% da população local. Somente o Amazonas, outro grande estado da região com grave problema de fome, possui proporção ainda maior de pessoas vivendo na faixa mais crítica com relação à segurança alimentar.
SITUAÇÃO NO AMAZONAS
A situação da insegurança alimentar no Amazonas é tão grave quanto no Pará. O total de amazonenses nessa realidade está em torno de 2 milhões de pessoas. Uma parcela de 47,29% dos amazonenses enfrenta o problema, o que representa um índice melhor apenas do que o de Sergipe e Pará.
Por outro lado, se considerarmos a porcentagem de pessoas em insegurança alimentar grave, o Amazonas possui o pior desempenho no Brasil, Nada menos do que 10,30% dos amazonenses viveria em situação de insegurança alimentar.
A INSEGURANÇA ALIMENTAR NOS OUTROS ESTADOS DA REGIÃO
Os outros cinco estados da Região Norte dividem-se em dois grupos quando a segurança alimentar, de tal forma que em três deles, Amapá, Roraima e Acre, a realidade também é bem complicada. Todos apresentam índices elevados tanto de população vivendo em insegurança alimentar, como da parcela que está em insegurança alimentar grave.
Tocantins e principalmente Rondônia estariam em outro patamar. No primeiro deles, ainda que a insegurança alimentar no geral seja preocupante (31,17% da população), a proporção de pessoas em insegurança alimentar grave é bem menor, isto é, atinge 2,57% da população. Esse índice seria o quinto melhor do Brasil, com o estado ficando atrás apenas dos três estados da Região Sul e do Espírito Santo.
Rondônia por sua vez possui uma situação de insegurança alimentar melhor do que todos o restante do país, a exceção dos três estados da Região Sul. Apenas 20,63% dos rondonienses vivem nessa situação. Já em insegurança alimentar grave, estariam 2,76% desses, o que também poderia ser considerado um bom índice se comparado à realidade nacional.
A Região Norte enfrenta de fato um grave problema de insegurança alimentar. Essa realidade exigiria uma resposta urgente dos entes públicos federais, estaduais e municipais, assim como da sociedade civil. A realidade é pior do que a observada no Nordeste, tradicional área de concentração de bolsões de pobreza.