As tragédias climáticas provocadas pelo fenômeno El Niño, em sua temporada 2023-2024 atingem diferentes pontos do planeta. Por consequência do aquecimento das águas dos Oceanos, o mundo atravessa um período conturbado em termos de fenômenos climáticos. Nos últimos dois meses, presenciamos tragédias climáticas em diferentes pontos do planeta. As chuvas em excesso, que parecem estar ligadas não apenas ao El Niño, mas também ao processo de mudanças climáticas têm causado estragos e provocado centenas de mortes, até mesmo em lugares onde não era esperada.
Desde o final de abril, chegam notícias de chuvas intensas até mesmo no Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, lugares que são desertos. A China enfrentou grandes enchentes e inundações. O Rio Grande do Sul, estado mais ao Sul do Brasil foi duramente atingido por chuvas que provocam enormes transtornos e prejuízos desde o final do mês de abril. A África Oriental já contabiliza 1,6 milhões de pessoas atingidas pelas chuvas e pelo menos 450 mortos. A tragédia mais recente aconteceu em Papua Nova Guiné, país pobre da Oceania, onde desabamentos provocados pelo excesso de chuva devem ter ceifado a vida de mais de duas mil pessoas.
CHUVAS EM DUBAI E ARÁBIA SAUDITA
O clima em Dubai é extremamente árido. A saber, o índice pluviométrico médio anual é inferior a 100 mm de chuva. Ainda assim, o aquecimento da água dos oceanos na região do Oriente Médio teria provocado chuvas históricas, não apenas na cidade, como em outros países como a Arábia Saudita. As tempestades em Dubai provocaram danos significativos e impactos bilionários.
As chuvas a atingir o Oriente Médio foram torrenciais e provocaram alagamentos, inundações e interromperam estradas. O aquecimento global leva ao aquecimento das águas dos oceanos, o que aumenta a evaporação da água. Com isso, a umidade aumentou na região, provocando chuvas extraordinariamente surpreendentes. Chegaram a cogitar que a chuva em Dubai fosse resultado da ação antrópica direta na atmosfera, mas essa versão não se comprovou verdadeira.
CHUVAS NA CHINA
Os fenômenos meteorológicos extremos também provocaram transtornos, morte e inundações no Sul da China. Nessa região, os fenômenos não são tão incomuns, mas igualmente preocupam e afetam a população local. A região é bastante populosa, e as chuvas em excesso impactam milhões de pessoas.
A China seria também o maior emissor individual de gases que provocam o efeito estufa. O país se consolidou como a “fábrica do planeta”, e o possui um setor industrial robusto. O aumento da renda e do consumo da população local também agravam o cenário ambiental. Algumas cidades chinesas sofrem com a severa poluição da atmosfera.
CHUVAS ASSOLAM O RIO GRANDE DO SUL
As chuvas torrenciais chegaram ao Rio Grande do Sul, desde o final do mês de abril, e causaram enormes transtornos para a população local. O grande volume de água impactou praticamente a totalidade dos municípios do estado. A capital Porto Alegre e a sua Região Metropolitana foram uma das áreas mais atingidas. Como resultado, os rios que cortam a região ultrapassaram marcas históricas.
O impacto das chuvas ainda causará transtornos para a população gaúcha por um bom tempo. Além disso, os prejuízos materiais são enormes em toda a economia. Mais ainda, o número de óbitos confirmados, desde o início das tempestades, já atingiu pelo menos 169, segundo dados da Defesa Civil do Estado, atualizados nesta segunda-feira, 27 de maio de 2024.
Foto: Maurício Tonetto / Secom – GovRS
ÁFRICA É DURAMENTE AFETADA PELAS CHUVAS
A África Oriental vem sendo atingida por fortes chuvas e inundações desde o mês de março. Em resumo, o volume das precipitações também seria sem precedentes. O número de atingidos supera 1,5 milhões de pessoas, em países como Quênia, Tanzânia, Somália, Etiópia, Uganda e Burundi.
O número de mortes provocado pelas enchentes, deslizamentos e inundações pode superar 500 pessoas. Milhares de pessoas também tiveram que sair de suas casas. O impacto sobre a região resultado das tragédias climáticas provocadas pelo El Niño é catastrófico.
TRAGÉDIA EM PAPUA NOVA GUINÉ
A mais recente tragédia possivelmente provocada por fenômenos climáticos aconteceu em Papua Nova Guiné, país da Oceania ao norte da Austrália. As chuvas no povoado de Kaokalam, que fica a cerca de 600 km a nordeste da capital do país, Port Moresby, soterraram a aldeia. Em função disso, a expectativa é a de que cerca de 2.000 pessoas possam estar embaixo da terra.
O país é pobre e a região de difícil acesso. Além disso, os recursos disponíveis para resgate dos soterrados na região são bastante limitados. O deslocamento das encostas ocorreu há 3 dias, e os habitantes locais não conseguem implementar uma estratégia eficiente de resgate. Diversos país já sinalizaram o envio de ajuda internacional, mas a tragédia local deve ser enorme.
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